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Será oferecido, aos participantes no congresso, a assinatura digital do Jornal de Noticias pelo período de um mês.

A pobreza vive de mão dada com o desemprego, a instabilidade laboral, a ausência de recursos financeiros, as dificuldades no acesso à educação e à saúde e a má qualidade da habitação. Durante a pandemia COVID-19 e durante os períodos de crise socioeconómica todos estes fatores se agravam, juntamente com o estigma, a vergonha, a discriminação e a exclusão associadas à pobreza.

De acordo com estimativas da Oxfam, com base em projeções do Banco Mundial e pesquisas anteriores conduzidas pelo Banco Mundial e pelo Centro para o Desenvolvimento Global sobre aumento de preços dos alimentos, mais de um quarto de bilhão de pessoas podem ser empurradas para a pobreza extrema em 2022. O impacto combinado do COVID-19, da desigualdade e dos aumentos dos preços dos alimentos pode resultar em mais 263 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza este ano, resultando em um total de 860 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de extrema pobreza de US$ 1,90 por dia. Este seria um aumento extraordinariamente prejudicial que reverte décadas de progresso na luta contra a pobreza.

A pandemia acentuou várias formas de desigualdade, nas quatro dimensões do desenvolvimento sustentável: económica, social, política e ambiental. Estas dimensões relacionam-se entre si, cruzam-se e sobrepõem-se, numa “teia” de fatores discriminatórios que resultam no aumento das restrições e privações de determinados grupos vulneráveis (mulheres e raparigas, crianças e pessoas com deficiência, migrantes e refugiados, idosos e pessoas com problemas de saúde, pobres e minorias étnicas, entre outros) e condições de vulnerabilidade (capacidade, rendimento, estatuto socioeconómico), consolidando e perpetuando as desigualdades.

Em 2022 para assinalar os 30 anos de vida da EAPN Portugal está previsto a organização de um Congresso Nacional composto por 4 Seminários temáticos, a realizar em 4 cidades do país. Este evento comemorativo contará com o Alto Patrocínio do Senhor Presidente da República e procurará envolver outras entidades oficiais como o Presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e a Ministra da Saúde. Pretendemos com este evento trazer para a discussão pública a questão da pobreza e exclusão social, enquanto negação dos direitos humanos fundamentais e refletir sobre as diferentes dimensões que impactam e são impactadas pela condição de pobreza.

2022 vai ser um ano de grandes incertezas, quer devido à pandemia e aos seus efeitos ao nível da saúde, da economia e da sociedade no panorama mundial. Assistimos a cada vez mais assimetrias entre regiões do globo e com esta situação pandémica sabemos que ninguém pode ficar de fora. Os desequilíbrios que existem numa parte do globo irão influenciar mais tarde ou mias cedo todas as regiões. Por isso é que cada vez faz mais sentido falar em desenvolvimento sustentável, em coesão social e territorial. O modelo de desenvolvimento económico que assistimos até agora não é compatível com este novo paradigma. Precisamos pensar a sociedade como um todo onde as diversas partes assumem um compromisso de mudança. Assistimos todos os dias às consequências das alterações climáticas e o fenómeno das migrações e dos refugiados veio também modificar os equilíbrios geográficos, as disparidades territoriais, os grupos vulneráveis.

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